Morre, nesta quinta-feira, Aretha Franklin, última estrela viva na era de ouro da música negra nos EUA. Filha de um reverendo, ela começou a cantar no coro da igreja de seu pai e abalou a cena musical dos anos 60, introduzindo recursos do gospel em música secular, com sucessos lendários como Respect ou (You make me feel) A natural woman.
Com 76 anos, anunciou sua aposentadoria no início de 2017, com a ideia de limitar a sua agenda a poucas apresentações, mas mesmo essas tiveram de ser canceladas este ano por recomendação médica. Por isso não pôde se apresentar em março em Newark, como estava previsto, nem em abril no festival de jazz de Nova Orleans. Ela teve um câncer de pâncreas em 2010.
Seu estrelato começou na década de 1960, a bordo de criações que marcaram a chegada do gospel à música secular. Nascida em 1942 em Memphis, Tennessee, ela cresceu em Detroit, a outrora rica metrópole dos carros e da música. Era de uma das muitas famílias afro-americanas que migraram do sul para o norte dos EUA com o boom industrial. Seu pai, o reverendo Clarence LeVaughn Franklin, era um pregador famoso muito próximo de Martin Luther King, apesar das alegações de maus-tratos a mulheres que pairam sobre a sua figura.
Aqueles anos marcaram a vida de Aretha Franklin, que começou a cantar na igreja e sempre foi uma ativista em favor dos direitos civis, com o presidente Barack Obama como um de seus maiores admiradores. Sua última apresentação aconteceu em novembro passado, em Nova York, no aniversário de 25 anos da Elton John AIDS Foundation. Há 30 anos não se apresenta fora dos Estados Unidos por causa de sua lendária fobia de voar.
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